7.3.12

Será????

Eu ando pensativa por esses últimos dias... iniciou as aulas e como todo começo esse foi diferente também. Não para as minhas meninas mas para mim. Esse ano recebemos alunos especiais na escola que eu trabalho. Até aí tudo normal, mas são crianças pequenas de 5 anos e talvez agora seja diferente porque meu coração está diferente, a minha realidade está diferente. Enfim... Continuando... Eu fui lá cheirar a pequena aluna nova. E adaptação e professor auxiliar despreparado e eu? Bom eu queria pegar aquela pequena e levar pra casa rsrs. E aí eu ouvi da minha amiga que eu não deveria ter pena porque a menina não precisa disso e aí eu me pergunto será que foi isso que eu senti? Será que meu olhar para as crianças especiais transbordam em pena??? Será??? Será???? Tantos serás ficaram martelando a minha cabeça. Eu não sei o que eu sinto, não sei dar nome ao que eu sinto. Sinto vontade de conversar, abraçar, dar carinho e acalentar. Não gosto de ver chorando, não gosto de pensar que a criança sofre. Não consigo pensar na minha criança e em todos os conflitos dela. Não consigo e nem sei se quero. Talvez eu esteja despreparada. Talvez minha visão seja de ser mãe de um eterno bebê, talvez a minha Amanda nem dependa assim de mim quanto eu quero acreditar que ela depende. Talvez ela seja mais normal e menos confusa que eu. Talvez eu esteja despreparada pra ela. E enquanto eu quero ser a mãe que ama e cuida, talvez ela precise da mãe que repreenda mais, que acredite mais nela e na sua capacidade de entendimento, que a trate mais normal. Talvez (quase com certeza) seja isso. Hoje ouvindo de profissionais que essas crianças não precisam que você se adapte a elas e sim que elas se adaptem ao meio, que elas não se mandam e precisam obedecer e cumprir tudo conforme é regra pra todos. Talvez eu devesse assim como outras mães deixar minha filha chorar mais ao invés de tentar consolá-la, talvez devesse deixar ela se agredir se está zangada ou ainda a castigasse quando ela cospe, ou quando me testa a paciência ao ultimo me fazendo trocar a calcinha que está "emperrando" mais de três vezes até achar uma confortável, talvez devesse mostrar a ela quem manda, mas com certeza não tem um jeito amável de fazer isso. Talvez ela devesse aprender de casa que na vida terá dores maiores que essas de hoje, talvez... talvez e talvez... Mas será que eu seria mais feliz sendo assim? Será que ela teria lembranças melhores dessa fase se eu quisesse fazer tudo isso hoje? Será? Será?? Não sei... de verdade não sei o que é certo. Sei que poderia ser uma mãe melhor pra Agnes e deixar a Amanda mais livre pra ser independente. Mas sei também que as coisas que eu queria são diferentes das que eu posso fazer hoje então me resta apenas essa dúvida. E em meio esse mar de medos, inseguranças e aflições vamos tentando acertar e ser felizes o máximo possível. Não há garantias que disciplina rígida livre seus filhos do mundo das drogas ou do crime no futuro, e nem a certeza que excesso de amor estraga... Nesse barco vamos navegando pra onde o vento nos levar.
Primeiro Dia de Aula da Agnes (Ainda não consegui registrar a Amanda indo pra escola.
"Eu não vou mudar a forma como meu filho vê o mundo. Ao invés disso vou mudar a forma como o mundo vê o meu filho"



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